Histórico do bairro

O nome Fradinhos surgiu por volta de 1750. Na época três frades jesuítas (o francês Pierre de Bergue, o espanhol Alessandro e inglês Honeley) moravam num grotão, que hoje é conhecido como Sítio Todos os Santos. Durante o reinado de D. João I, dois frades foram repatriados pelo Marquês de Pombal, ficando apenas Honeley. Ainda nesta época, um garoto que morava nas redondezas ficou muito doente e seu pai fez uma promessa de que se ele melhorasse, o vestiria com um frade. O menino se recuperou e a promessa foi cumprida, passando, então, a vestir-se como um frade e sendo reconhecido como fradinho do grotão. Daí o nome do bairro até hoje. Existe outra versão para justificar o nome do bairro, que refere-se ao Pico Frei Leopardi (Pedra dos Dois Olhos) que, quando visto de um ponto a sudeste, se assemelha a um padre encapuzado. A área só começou a ser realmente ocupada na década de 70, quando os herdeiros da família Monjardim, Varejão e Dalma Almeida, este último proprietário da maior gleba, cerca de 100 mil m², começaram a lotear o local. Em 1973, a COHAB construiu algumas casas - uma Vila, o que contribuiu para movimentar a área. Fradinhos foi criado pela lei nº 1.689/66.

Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Vitória.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Carta do Sr. Eduardo Prata aos vizinhos de Fradinhos - ref. sítio arqueológico

CARTA AOS MEUS VIZINHOS DE FRADINHOS

postado a pedido do morador Eduardo Prata


REF. SÍTIO ARQUEOLOGICO Nº001 – 28/7/2009


No dia 1 de Julho a nossa vizinha Sra. Anna Luzia Lemos Saiter - Subsecretaria de Patrimônio / Secretaria da Cultura do Gov. do ES, juntamente com técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional – IPHAN, entraram na minha residência, sem minha autorização, e convencendo minha filha Carol, retirou fotos da minha casa, do quintal, de umas pedras polidas que tenho comigo, fruto de um achado feito pelo Sr. Geraldo Rebelo, vulgo Gegê, antigo proprietário da minha casa e de um aglomerado de cerâmica na rua que dá acesso á minha residência.
No dia 7/7/2010, a Sra. Anna Luzia Saiter juntamente com o pessoal do IPHAN promoveu uma reunião na Sede do Centro Espírita para apresentar proposta de transformar a sede da Associação dos Moradores de Fradinhos –AMF em um museu arqueológico. Como diretor da AMF argumentei que era impossível tendo em vista que a sede é um patrimônio dos moradores de Fradinhos e foi construído para servir a nossa comunidade e não para ser museu, a proposta foi aprovada por unanimidade. Sugerimos que Museu arqueológico poderia ser instalado no museu Solar Monjardim.
Para surpresa da minha família, ela apresentou a Superintendente Substituta do IPHAN Sra. Aline Barroso Miceli, que apresentou fotos de nossa casa como possível sítio arqueológico. Presentes meus filhos, Leonardo, Carolina e Ricardo, que tem suas casas no mesmo terreno da minha, ficamos revoltados.
Agora estamos sendo acionados com Notificação Extrajudicial de Embargo de minha residência, imaginem nossa revolta. Morar em Fradinhos é um sonho realizado que esta sendo ameaçado.
Porque nossa casa? Se existem terrenos vazios, áreas devolutas, pastos descobertos, áreas de preservação ambiental, todas com indícios de morada de índios, pergunto: porque nossa casa?
A intenção desta carta é alertá-los, pois tenho somente 21 anos de Fradinhos, bairro dos sonhos, que lutamos para preservá-lo. Os moradores mais antigos de Fradinhos, como o Sr. Gegê me informa que todo o nosso bairro foi morada de índios e que qualquer escavação para uma ampliação de casa e/ou construção de uma nova iremos encontrar vestígios de índios.
A própria CESAN em seu projeto de “águas limpas” tem encontrado vários vestígios de índios nas escavações, nossa família esta indignada com a ação do IPHAN em nomear nossa casa como centro de um “sitio arqueológico” a casa existe a mais de 100 anos e nunca foi perturbada.
O sopé da pedra dos olhos, a reserva fonte Grande e Gruta da onça, as áreas devolutas e o pasto da fazenda do Sr. GG são fontes de indícios de morada de índios, de sambaquis e de cemitérios, alias, toda a nossa ilha foi habitada por indígenas, quando Vasco Coutinho chegou à prainha de Vila Velha, uma grande tribo morava em nossa Ilha. Não temos outra casa e lutaremos até o fim pela nossa casa; Comprada com muito trabalho e dedicação.
Convido a todos os Vizinhos de Fradinhos para conhecer nossa casa.


FAMÍLIA PRATA: Eduardo de Almeida Prata, Maria de Lourdes Siviero, Leonardo Santos Prata, Carolina Santos Prata, Ricardo Santos Prata. eaprata@terra.com.br tel. 8812 8369
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