Histórico do bairro

O nome Fradinhos surgiu por volta de 1750. Na época três frades jesuítas (o francês Pierre de Bergue, o espanhol Alessandro e inglês Honeley) moravam num grotão, que hoje é conhecido como Sítio Todos os Santos. Durante o reinado de D. João I, dois frades foram repatriados pelo Marquês de Pombal, ficando apenas Honeley. Ainda nesta época, um garoto que morava nas redondezas ficou muito doente e seu pai fez uma promessa de que se ele melhorasse, o vestiria com um frade. O menino se recuperou e a promessa foi cumprida, passando, então, a vestir-se como um frade e sendo reconhecido como fradinho do grotão. Daí o nome do bairro até hoje. Existe outra versão para justificar o nome do bairro, que refere-se ao Pico Frei Leopardi (Pedra dos Dois Olhos) que, quando visto de um ponto a sudeste, se assemelha a um padre encapuzado. A área só começou a ser realmente ocupada na década de 70, quando os herdeiros da família Monjardim, Varejão e Dalma Almeida, este último proprietário da maior gleba, cerca de 100 mil m², começaram a lotear o local. Em 1973, a COHAB construiu algumas casas - uma Vila, o que contribuiu para movimentar a área. Fradinhos foi criado pela lei nº 1.689/66.

Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Vitória.

sábado, 6 de junho de 2009

Vamos fazer o mesmo em nosso bairro?

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE

A Associação dos Moradores da Mata da Praia - AMMP já implantou o projeto de coleta de óleo de cozinha usado, graças ao apoio da Igreja Católica e da Igreja Presbiteriana.

O termo de parceria ambiental foi assinado entre a AMMP e o Instituto Marca.

Os recipientes já se encontram nas duas Igrejas citadas.

Assim que o vasilhame estiver cheio, a AMMP entrará em contato com a empresa para substituir o cheio por outro vazio.

É um benefício enorme para o bairro, pois o morador vai poder dar um destino ecologicamente correto para o detrito, preservar as suas instalações de esgoto e contribuir com a Associação. No termo assinado, ficou estabelecido que a cada litro de óleo usado recolhido, a AMMP receberá R$ 0,20.

Para participar desse projeto é muito simples. Basta no dia-a-dia ir guardando o óleo de cozinha usado em uma garrafa pet e, posteriormente, ir a uma das duas igrejas parceiras e depositar no recipiente próprio.

Locais de entrega:

Igreja Presbiteriana: Avenida Carlos Gomes de Sá, de segunda à sexta-feira, de 8 às 17 horas.

Paróquia São Camilo: Avenida Antônio Borges, de 8 às 18 horas.

Assim que o projeto se firmar, poderemos disponibilizar os vasilhames em outros endereços.

Agora cabe a você participar.

Abraços

Domingos Antonio Morelo

Presidente do Conselho Diretor da AMMP

MAIS:

O óleo que chega intacto aos rios fica na superfície da água dificulta a entrada da luz, oxigenação das águas, altera o PH, matando os plânctons, animais e vegetais, comprometendo toda a base da cadeia alimentar aquática. Além disso, quando atinge o solo, o óleo tem a capacidade de impermeabilizá-lo, dificultando o escoamento de água das chuvas, por exemplo.

O consumo de óleo de cozinha pelos brasileiros chega, aproximadamente, a três bilhões de litros por ano. Considerando que um litro de óleo pode contaminar até 1 milhão de litros de água, equivalente ao consumo de um ser humano por 14 anos, é primordial mobilizar a sociedade na reeducação dos seus hábitos e dar um destino alternativo para este resíduo.

Depois de usado, grande parte desse óleo é jogada na rede de drenagem pluvial e no esgoto, os quais sofrem entupimento, causam mau cheiro e propiciam a disseminação de pragas e ratos.

Eliminar este problema é uma tarefa de todos. Jogar o óleo usado no lixo comum, apenas muda o problema de endereço, pois este óleo é misturado nos caminhões de lixo e depositado nos aterros sanitários, o que pode afetar os lençóis freáticos.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Dia Mundial do Meio Ambiente: muita conversa e poucos resultados

Fonte: SÉCULO DIÁRIO
Vitória (ES), edição de 5 de Junho de 2009

Flavia Bernardes

Durante todo o ano foram poucas as políticas públicas ambientais que saíram do papel no Estado. Na Grande Vitória, a poluição continua. No norte, o que se vê é um mar de eucalipto e, no sul, a degradação não é menor. Ao todo, foram 563 hectares de mata atlântica desmatados em três anos. Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, o Estado insiste que está fazendo algo.

Para os ambientalistas, não há o que comemorar. Segundo eles, foi pouco o progresso na área ambiental do Estado. Isso porque os mesmos erros continuam ocorrendo, denunciam eles. Denunciam ainda que o Dia Mundial do Meio AMbiente vem sendo utilizado no Estado para vender a imagem de sustentabilidade ambiental que o governo do Estado nunca praticou.

“Se agente parar para ver com calma, nada foi feito de fato. Todos os problemas continuam, o desrespeito ao meio ambiente corre solto e o que eu vejo de fato é que os recursos para a preservação de áreas estão diminuindo e a dificuldade para recuperação de áreas aumentando. Na contramão, as grandes empresas continuam se ampliando de forma impactante pouco preocupadas em instalar tecnologias sustentáveis em suas produções”, afirma o ambientalista Bruno Fernandes, do Grupo de Apoio ao Meio Ambiente (Gama).

O governo continua passando a responsabilidade à sociedade e nada para as empresas, diz ele. Prova disso são os projetos voltados aos produtores rurais, por exemplo, em que o governo paga aos agricultores pra preservar e os mesmos são cobrados para isso. Entretanto, a mesma cobrança não é feita para as grandes empresas que continuam degradando, descumprindo condicionantes, tendo suas multas canceladas em conselhos de meio ambiente do Estado e impedindo qualquer equilíbrio e preservação em suas ações.

Para o ambientalista Freddy Guimarães, da mais antiga ONG ambientalista do Estado, a Associação Capixaba de Proteção ao Meio Ambiente (Acapema), continua no Estado a predominância do interesse econômico, disfarçado pela propaganda de desenvolvimento. Ele denuncia que parte de uma área do Parque da Fonte Grande foi descaracterizada, ao invés de recuperada. No local será construído um conjunto habitacional.

“O que ocorreu foi uma barbaridade, a resposta que nos deram é que as famílias que irão morar lá estão sendo retiradas de uma área que será recuperada, ou seja, destruindo uma área para recuperar outra. Não há progresso nisso”, desabafou.

Ao todo, o Estado desmatou no período de 2005-2008 573 hectares de mata mata atlântica. A destruição foi seis vezes maior do que a registrada no período de 200-2005, quando 86 hectares foram desmatados no Estado.

Neste contexto, a opinião dos ambientalistas é de que muito vem sendo conversado no Estado, mas pouco vem sendo feito de fato. Eles denunciam que as comissões de meio ambiente, tanto da Assembléia Legislativa quando das câmaras municipais e até do próprio Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), pouco agem no sentido de fiscalizar e defender o interesse público e que se preocupam mais em homenagear as grandes empresas em seus debates do que resolver os problemas ambientais gerados por elas.

Entre os problemas ignorados pelo poder público estão, por exemplo, a ocupação do litoral norte do Estado por grandes empreendimentos como o Portocel, da Aracruz Celulose, que chegou a fechar com suas cancelas sem autorização do órgão ambiental prejudicando fluxo do rio Riacho, a fauna e os pescadores sem ser repreendida; a construção do estaleiro Jurong, também na região da área pretendida para a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) das Algas; a poluição por metais pesados da lagoa Mãe-Bá, em Anchieta, pela Samarco; a emissão de mais de 59 gases poluentes e cancerígenos por Vale, Arcelor, Samarco e Belgo Mineira; a ocupação das margens dos rios e topo de morros pelos plantios de eucalipto da Aracruz Celulose; entre outros problemas.

Em 2006, o cálculo era de que 264 toneladas/dia de poluentes eram lançadas no ar, totalizando 96.360 toneladas/ano. Desde lá, as indústrias expandiram e praticamente triplicaram suas produções, mas até agora nenhum estudo foi feito pelo Estado para avaliar quanto de poluentes são despejados no ar pelas indústrias, qual o risco para a população e quais as medidas mitigatórias que deveriam ser adotadas. Dos 59 gases lançados no ar, pelo menos 28 são altamente nocivos, que provocam, inclusive, alguns tipos de câncer, alergias respiratórias, entre outras doenças.

Enquanto isso, segundo a Associação dos Alergistas do Estado, o dado é de que pelo menos 35% da população da Grande Vitória sofrem atualmente de problemas alérgicos.

Quando o assunto é mar, a omissão do governo do Estado não é menos preocupante. Há anos a criação de unidades marinhas estão barradas na Casa Civil, em Brasília, devido à pressão política do próprio Estado, para a não criação do Refúgio de Vida Silvestre de Santa Cruz e a Área de Proteção Ambiental (APA) das Algas, no norte do Estado. Apesar do estudo demonstrar que as áreas não interfeririam nas atividades econômicas como navegação, exploração petrolífera, entre outros, não é interesse do Estado privar as áreas da exploração econômica, como é o caso da Jurong.
“Ainda existe uma visão de que o mar é fonte inesgotável tanto de recursos como de capacidade para agüentar a poluição. Mas não é, já ultrapassamos o limite de exploração!”, afirmou o oceanógrafo do Projeto Tamar Roberto Sforza.

Para ele, falta vontade política para agir em relação ao meio ambiente, tanto no Estado quanto no resto do País. Ele explica que não há como pensar em aumentar a produção da pesca, por exemplo, sem entender que é necessário recuperar este recurso antes.

“Seja pela exploração ou pelo descarte de efluente, é necessário recuperar este recurso. Caso contrário, será impossível aumentar produção, como defendem os governos. Como aumentar a pesca se esse recurso já está escasso? É necessário recuperar e perder essa mentalidade de que, se há medidas mitigatórias, o mar aguentará. Isso não é verdade”, ressaltou.

Segundo os ambientalistas, os recursos naturais do Estado estão sendo explorados de forma irresponsável com o aval poder público. Neste contexto, é necessário que a população fique atenta e cobre dos responsáveis a fiscalização e a punição para os degradadores do meio ambiente.

LEMBREM-SE DA CAMINHADA!!!

Pessoal, lembrete: é neste domingo (07/06/2009) a 9ª Caminhada, ok? Vejam aqui:

ONGs apontam 'desmonte da política ambiental'

Fonte: ESTADÃO
AE - Agencia Estado - sexta-feira, 5 de junho de 2009, 08:48


SÃO PAULO - Grupo de 22 entidades ambientalistas e movimentos sociais lançou ontem uma nota pública ao que chamam de "desmonte da política ambiental". Segundo eles, desde novembro, medidas do Executivo e do Legislativo "vêm solapando o compromisso político de se construir um modelo de desenvolvimento socialmente justo, ambientalmente adequado e economicamente sustentável". O estopim foi a aprovação no Senado da Medida Provisória 458, que regulariza as posses na Amazônia.

Segundo as entidades, ela "abriu a possibilidade de se legalizar a situação de uma grande quantidade de grileiros, incentivando, assim, o assalto ao patrimônio público, a concentração fundiária e o avanço do desmatamento ilegal". O superintendente de Conservação da ONG WWF-Brasil, Cláudio Maretti, afirma que a MP favorece "quem segue a lógica da derrubada", não a população tradicional amazônica. "Ela traz uma visão fundiária equivocada do Sul, de transformação da floresta em pastagem e cultura, não do aproveitamento dos recursos que estão ali."

Há 196 mil posses inscritas no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas apenas 10% são legais. O Ministério do Desenvolvimento Agrário acredita que o número chegue a 300 mil. A nota também critica a tentativa de se suspender a obrigatoriedade do licenciamento ambiental para a ampliação ou a revitalização de rodovias. A questão tem provocado desavenças entre os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e dos Transportes, Alfredo Nascimento, e facilitaria a pavimentação da BR-319, que liga Porto Velho e Manaus.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vitória ou Derrota

Fonte: JUS VIGILANTIBUS

SOBRE O AUTOR

Marlusse

Marlusse Pestana Daher


Promotora de Justiça, Ex-Dirigente do Centro de Apoio do Meio Ambiente do Ministério Público do ES; membro da Academia Feminina Espírito-santense de Letras, Conselheira da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Vitória – ES, Produtora e apresentadora do Programa “Cinco Minutos com Maria” na Rádio América de Vitória – ES; escritora e poetisa, Especialista em Direito Penal e Processual Penal, em Direito Civil e Processual Civil, Mestranda em Direitos e Garantias Fundamentais.



A cidade em que vivemos tem um nome deveras expressivo, Vitória! Mas pode ser que não esteja muito longe o dia, em que, ainda que com muito constrangimento, devamos mudar para Derrota.

Vivemos um dos momentos de maior explosão de tudo aqui. Fala-se que a construção civil vive a mais áurea de suas fases, para alegria do empresariado do gênero. Ela (a construção civil) responde a tudo que com ela se faz, diz um dos seus mais entusiastas propagandistas. Os minúsculos apartamentos são vendidos a preço de mansões, mas ninguém está prestando atenção. Paga-se o que o vendedor propõe. Não é que estejamos “cheios de dinheiro”, estamos hipnotizados.

A PETROBRÁS constrói sua sede, sem nenhum respeito a direitos fundamentais da pessoa, a princípios inarredáveis do denominado desenvolvimento sustentável. Quando de suas licenças falou em três mil funcionários, mas já dobrou, serão seis. Com carros, etc e tudo. Quando estiver pronta, o trânsito sufocado da Praia do Canto vai-se tornar mais que caos, porque caos já é. As audiências públicas anteriormente realizadas o foram só no nome. Derrubou árvores e arrasou com tudo que encontrou pela frente, para erguer o que pretende.

A CESAN cuja capacidade de fornecimento de água é limitado, atende a todos com tanto beneplácito, mas ela não sabe onde pode chegar. O precário sistema de tratamento de esgoto, inevitavelmente será reduzido, nem há como melhorá-lo em breve tempo. O que vem por ai, pede-lhe muito mais do que pode oferecer.

Continuam sendo licenciadas pelo IEMA hidrelétricas que dizem não roubar água dos rios em cuja margem se implantam, muito pelo contrário, restituem-na integralmente, é o que se diz, mas provocam impactos ambientais de cuja retribuição não cogita onde e como processará.

A multiplicação da pista na Fernando Ferrari destruiu significativa parcela do mangue na adjacência. Não obstante a Constituição Federal, lei Maior: Art 225: § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

Na avenida Camburi, tudo foi outro caos, além de mais uma vez o mar ter sido mandado um pouco mais para lá. A devastação que faz em Conceição da Barra, a perspectiva de acabar com aquela cidade em menos de cinco anos, não tem servido de alerta.

O desrespeito em face do motorista extrapola todas as raias. Como é o caso daquele guarda municipal que no fim da tarde do dia 25 de outubro, estava na cabeceira da ponte Airton Sena (Praia do Canto), que ao invés de organizar o trânsito para evitar os motivos que o fazia multar, se divertia em multar e multar e multar. De forma desonesta e irresponsável, vez que anotava num pedaço de papel a placa e a hora e apesar de suas vítimas estarem paradas, não as notificava.

Até a presente data, não se tem o índice que mensura a poluição do ar em Vitória, pelo que, as grandes poluidoras podem continuar estufando o peito e dizer que sua poluição está dentro dos parâmetros legalmente permitidos. Há diferença entre o fato e o direito e há caso em que aquele necessariamente deve estar acima deste. Mas não é posto.

A Administração Municipal que faz de conta que administra acaba de decidir construir “casas popularíssimas” (entendeu porque né?) em remanescente de área verde – Fradinhos - no território da capital. Ela também – entre mais e mais - deu cartão verde para os empresários que pretendem nos privar da vista do Convento da Penha e assim acabar com uma parte da ternura da qual ainda dispomos, quando olhamos o outeiro e pensamos na Mãe que lá está, sempre receptiva aos nossos apelos. O entorno é tombado. Há lei que proíbe tal licença, mas a lei não tem servido para conter o desrespeito imensurável. Inclusive, onde toda decisão deve ser interpretativa da mesma lei.

Para que tudo isto, se a natureza está chegando ao limite do que pode suportar? Quem desfrutará de avenidas exuberantes, quem precisará de obras colossais, numa cidade que se prepara para ser impossível habitá-la?

E eis que me lembro daquela pessoa que poucos anos atrás, na Av. Rio Branco, fazia um protesto solitário contra a construção do Hospital da UNIMED, onde hoje ele está, por motivos iguais a estes. Estará por ai, gostaria de reencontrá-lo.

Por que tanta surdez? por que tanta cegueira? por que tanta insensatez?

No seu livro Um Sopro de Destruição, Pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista (1786-1888) o Prof. José Augusto Pádua, professor da UFRJ, apresenta o resultado de sua pesquisa no mencionado período. O clamor em favor da ecologia não data das grandes conferências das quais falamos, vem de lá.

Entre o que mais dramático se tem, é a percepção do homem que agora, não há de ser lembrado só como o Patriarca da Independência, mas Precursor de todos os ambientalistas, José Bonifácio de Andrada e Silva. Dirigindo-se à Assembléia Constituinte e Legislativa do império do Brasil sobre a escravatura, em 1823, assim se manifestou: A Natureza fez tudo a nosso favor, nós, porém pouco ou nada temos feito a favor da Natureza. Nossas terras estão ermas, e as poucas que temos roteado são mal cultivadas, porque o são por braços indolentes e forçados.Nossas numerosas minas, por falta de trabalhadores ativos e instruídos, estão desconhecidas ou mal aproveitadas. Nossas preciosas matas vão desaparecendo, vítimas do fogo e do machado, da ignorância e do egoísmo. Nossos montes e encostas vão-se escalvando diariamente, e com o andar do tempo faltarão as chuvas fecundantes que favorecem a vegetação e alimentam nossas fontes e rios, sem o que o nosso belo Brasil, em menos de dois séculos, ficará reduzido aos páramos e desertos da Líbia. Virá então esse dia (dia terrível e fatal), em que a ultrajada natureza se ache vingada de tantos erros e crimes cometidos.

Ou Joaquim Nabuco: A cada passo encontramos e sentimos os vestígios deste sistema que reduz um belo país tropical ao aspecto das regiões onde se esgotou a força criadora da terra... Onde quer que se a estude, a escravidão passou sobre o território e os povos que a acolheram como um sopro de destruição. (O abolicionismo – 1823).

A realidade é terrível, poucos se posicionam, a maioria prossegue indiferente.

Não estamos resignada, ao mesmo tempo, protestamos a esperança de que muito gostaríamos que haja muito mais gente abraçando conosco esta causa. Em 2008, havemos de nos posicionar com muito mais força do que o fizemos em qualquer tempo. Há de ter um jeito. Vamos procurar onde ele está.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Código Florestal: ES não tem mais condições de desmatar, diz Casagrande

Fonte: SÉCULO DIÁRIO
Vitória (ES), edição de 2 de Junho de 2009

Flavia Bernardes

O senador e presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente do Senado Federal, Renato Casagrande (PSB), afirmou que não há mais condições de desmatar no Espírito Santo. A explanação foi feita durante audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura, na Assembléia Legislativa do Estado, em Vitória.

Segundo o senador, a flexibilização das leis, conforme propõe a bancada ruralista em Brasília e que vem servindo de modelo aos deputados capixabas, irá abrir precedentes para mais desmatamentos no Estado.

Durante toda a audiência, o senador defendeu que é necessário impedir o uso intensivo do solo e pagar por serviços ambientais no Estado, ao invés de se buscar adaptar as leis para os grandes produtores rurais. O senador acrescentou ainda que é preciso investir em tecnologia e pesquisa, reduzir o consumo de supérfluos e incentivar a criação de vínculo entre a floresta e a água.

Entretanto, incentivou-se a criação de um grupo para que seja realizado um trabalho de pesquisa para detectar o que pode ser modificado na legislação atual, para que o Supremo decida se o Estado é ou não capaz de legislar nesta área.

A expectativa, segundo ambientalistas, é que sejam pesquisadas as conseqüências das alterações propostas pelo setor ruralista, que, ao apresentar suas primeiras idéias, já confirmou a intenção de diminuir áreas ambientais e dificultar a criação de Unidades de Conservação (UCs), incentivando a exploração máxima do meio ambiente.

A favor da criação de um novo código, os deputados alegam que o Código Florestal Nacional, de 1965, está desatualizado, com brechas e deixando dúvidas aos produtores. Defendem um novo código os deputados Atayde Armani (DEM), Luciano Pereira (PSB) e Freitas da Farmácia (PTB), entre outros.

Também defendeu a criação de um novo código a secretária Estadual de Meio Ambiente, Maria da Glória Brito Abaurre. Durante a audiência, ela chegou a afirmar que é complicado lidar com legislação única para todo o País e que para o produtor capixaba é difícil pagar as multas recebidas.

A criação de códigos florestais estaduais ganhou força depois que as propostas dos ruralistas para alterar o Código Florestal Brasileiro enfrentaram grande resistência, inclusive a retirada das ONGs do debate, ao propor a diminuição de Áreas de Preservação para a expansão do agronegócio no País.

Na ocasião, os ambientalistas ressaltaram que adequar a legislação aos interesses do agronegócio não é o ideal. No Estado, por exemplo, estariam colocando em risco os 7% de mata atlântica que ainda restam. Ao todo,
573 hectares foram desmatados no período de 2005/2008 no Espírito Santo. O desmatamento foi seis vezes maior do que o registrado em 2000/2005.

Neste contexto, os ambientalistas reconhecem a necessidade de alterações, mas afirmam que não é preciso dar autonomia aos estados. Entre as alterações que admitem discutir estão as questões ligadas aos pequenos agricultores como a possibilidade de compensação do desmatamento em áreas fora da propriedade – desde que do mesmo bioma – e a utilização de espécies não nativas para a recomposição do que foi desmatado, com a utilização de árvores frutíferas e a defesa do pagamento de serviços ambientais para quem preservar o meio ambiente.

Estas e outras alterações já foram entregues ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que também se manifesta contra as propostas dos ruralistas para as alterações no Código Florestal Brasileiro.

Já nesta quarta-feira (3), a bancada ruralista também deverá apresentar a proposta de um novo código ambiental que tem como principal defesa a autonomia dos estados. A medida gerou manifestações da ONG Greenpeace em programa da Radio Agência Nacional do Planalto.

Segundo dirigentes da ONG, os ruralistas querem desmontar o código atual para permitir ações contra o meio ambiente. Em suas propostas, os ruralistas defendem que cada estado tem suas características e, por isso, deveriam adotar medidas ambientais de acordo com seus interesses.

“É que o meio ambiente não se divide por unidade de federação, ele se divide por biomas. Quer dizer, como você trata o mesmo bioma amazônico no Pará diferente do Acre? Por que as proteções devem ser diferentes para a mesma mata atlântica que tem em Santa Catarina e em São Paulo? Então, não existe um amparo lógico e nem técnico nesta proposta. Ela só tem um fundamento, que é o de tentar fazer o desmonte do Código Florestal Brasileiro”, questionou o coordenador da campanha de combate ao desmatamento na Amazônia do Greenpeace, Marcio Astrini, à Rádio NP.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Este comentário PRECISA vir para a página principal do nosso site

O Edson (veja abaixo no rodapé) deixou este comentário logo a seguir sobre esta matéria:


Perfeito, como ja foi dito:

Se estiveres pensando em 1 ano adiante, semeia uma semente.

Se estiveres pensando em 10 anos adiante, planta uma árvore.

Se estiveres pensando em 100 anos adiante, educa as pessoas!

Edson Valpassos - conheça-o clicando aqui:

Essa pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável

"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro de casa e recebe o exemplo vindo de seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os aspectos, inclusive no respeito ao planeta aonde vive.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A luta pela preservação da ZPA (Zona de Proteção Ambiental)

Encerra-se nesta semana o prazo para que a Prefeitura Municipal de Vitória - PMV entregue ao Ministério Público - MP as respostas sobre a Notificação Recomendatória de número 006 - 09 do datada do 07 de maio de 2009, que trata da questão do assentamento de casas em Fradinhos. Para ler a notificação na íntegra é preciso baixar para seu computador clicando aqui:

Por coincidência, esta é a Semana do Meio Ambiente, que começa na segunda-feira (01/06/2009) em todo o País e vai até o dia 5, que é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Veja a programação da cidade para esta data comemmorativa clicando aqui:

A prefeitura já teve 15 dias úteis para responder ao MP e solicitou outros dez, prazo perto de se encerrar, portanto.

Esperamos que este momento em que todo o planeta se volta para a necessidade de ações pro-conservação da natureza inspire também a PMV a voltar a atrás na proposta de construir o assentamento em Fradinhos e se empenhe na busca por uma solução que não implique em passar por cima dos instrumentos legais que ela mesma criou para preservar o meio ambiente de nossa capital.

Ajuda para encontrar uma solução não falta nem faltará.

COMUNICADO DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

SOLICITO QUE SEJA COLOCADO ESTE INFORME NO JORNAL DO BAIRRO.

Ref. Reunião ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

Inicio: 14:00 horas

Termino: 18:00 horas

Local : B. Ferreira


Aos moradores de Fradinhos

INFORMES

1-No último sábado, 30/5, estive na reunião do OP - 1ª Fase - Regional-III, representando nosso bairro.

2-A reunião foi para identificar demandas da Regional III, o OP/2010/2011, não será mais de Bairros e sim das micro regiões;

3-A PMV informou que existe sobras no OP/2008/2009 e que as Regionais tem que apresentar suas demandas e prioridades;

4-Do Bairro de Fradinhos só tinha 3 pessoas – Eu e as representantes do Conselho de Saúde- Sra. Rita e do Conselho CMEI Sra. Cláudia Mara.

5-Para o Bairro de Fradinhos priorizamos: MAIS UMA RESERVA AMBIENTAL, UM MODULO SOE e reafirmamos que o bairro não quer o Parque Municipal – esta condicionante esta amarrada a não instalação das casas populares no nosso Bairro, na ZPA-II;

Eduardo Prata

Delegado OP – Regional III

Tel.8812 8369


A N E X O S 1 e 2.


1-PROGRAMA DO OP

A) Fóruns Regionais (1ª Etapa)

B) Plenárias Microrregionais

C) Fórum Municipal dos Delegados

D) Conselho Municipal do OP

E) Fóruns Regionais (2ª Etapa)


2- Fóruns Regionais (1ª etapa)

Quando: Maio e Junho/2009

Quem participa: Delegados do OP dos anos anteriores, representantes e lideranças de organizações locais.

Objetivo: Compreender os problemas da região

Mata Atlântica ganha reserva no Espírito Santo

Fonte: A GAZETA
06/05/2009 - 09h35 ( - Globo Rural)

Agricultores do Espírito Santo estão recebendo incentivo de uma empresa privada para recuperar a Mata Atlântica. O estado tem uma das menores áreas preservadas do país.

Em meio às pastagens e às plantações de café, a reserva chama a atenção. É uma das poucas áreas de Mata Atlântica que restaram no Espírito Santo. Lá, agricultura e pecuária tomaram o lugar da mata, que hoje ocupa apenas 5% do território capixaba.


A destruição da Mata Atlântica tem como consequência a degradação do solo e a escassez de água. Toda a vegetação é fundamental para proteger a terra e reter água da chuva.

"O grande fator da floresta, as pessoas pensam que é fazer chover, mas não é. A floresta faz com que a água entre no solo e se armazene. Com isso, ela aumenta a capacidade. Ela tem essa capacidade de aumentar a infiltração da água que cai da chuva. Imagine uma chuva em uma árvore de trinta metros, qual é a velocidade que ela chega embaixo? Ela é tão lenta que permite a sua infiltração e, mais do que isso, sem causar erosão. Em área que não tem floresta, a água chega, bate e leva tudo, aí não fica armazenada. Este é um grande problema aqui no Espírito Santo", explica Renato Jesus, engenheiro florestal.

Agora uma iniciativa da mineradora Vale está ajudando os produtores a recompor área de mata nativa em suas propriedades. Ela fornece as mudas e dá assistência técnica por um ano. "Ele vai gastar a energia dele de fazer. Não vai ter desembolso nenhum. O gasto dele vai ser a hora que ele vai gastar dele para roçar, coviar e plantar sua floresta ciliar", explica Renato.

A experiência da família Bizi serviu de experiência para todo o projeto de expansão ambiental. A fazenda de 300 hectares fica no município de Jaguaré, norte do Espírito Santo.

Oito anos atrás não tinha nenhuma árvore no local, era tudo pasto. Hoje são 20 hectares de mata que tem uma importância estratégica, principalmente na manutenção das represas, que garantem a água da fazenda.

É com esta água que é feita a irrigação do cafezal. Graças a mata, a barragem não se rompeu na última enxurrada. "Só a nossa resistiu. Porque a água da enxurrada chegou aqui com menos velocidade. Em outras (fazendas) a barragem não tinha proteção nenhuma nas encostas e a água chegou com muita intensidade e se romperam", conta Rony Bizi, agricultor.

Dona Derly conta que o marido dela, que já morreu, ficaria muito feliz em ver a área preservada. "A preocupação dele seria desmatar muito, as matas acabarem e quando ele tivesse os netos, os netos não terem o conhecimento de uma árvore. Então ele decidiu fazer o reflorestamento para os netos poderem conhecer as árvores de uma mata", revela Derly Bizi, dona de casa.

O programa já tem cerca de mil agricultores cadastrados.

Ministério Público e o reassentamento

O prazo para a resposta da PMV ao MP acabaria na semana passada mas a prefeitura solicitou um adiamento de 10 (dez) dias ao Ministério Público para estudar mais o caso. A notificação tem muitos ítens a serem analisados, vejam por exemplo um deles:

"CONSIDERANDO que, segundo informações que chegaram a esta Promotoria de Justiça (por meio de relatos e fotos), no início do mês de março/2009 a Prefeitura teria realizado limpeza radical na área com a retirada total da vegetação existente, inclusive de várias espécies nativas de mata atlântica que foram plantadas pelos moradores no dia 20/01/2008, instalando contêineres e iniciando o cercamento da área, o que representa forte indicativo do início da execução do projeto que ainda está em fase final de análise e, consequentemente, de danos ao meio ambiente, que poderão ser agravar ainda mais com o avanço das intervenções para sua execução;


As resoluções finais da referida Notificação são as seguintes:

"(O MP) RESOLVE a fim de que no futuro não se alegue desconhecimento quanto à extensão dos efeitos e ilegalidade dos atos:

NOTIFICAR, EM CARÁTER RECOMENDATÓRIO E PREMONITÓRIO, com vistas à prevenção geral e especificamente com relação a eventuais responsabilidades no exercício de cargo público que possam advir em razão dos danos ambientais, urbanísticos e aos direitos da coletividade, decorrentes da omissão ou retardamento na prática de atos de ofício, o Prefeito Municipal de Vitória, Sr. JOÃO CARLOS COSER, para que:

1 – DETERMINE DE IMEDIATO AOS ÓRGÃOS E SERVIDORES MUNICIPAIS QUE SE ABSTENHAM DE REALIZAR QUAISQUER ATIVIDADES E OBRAS COM O OBJETIVO DE CONSTRUIR CASAS POPULARES na região do bairro Fradinhos, mais especificamente na área adjacente aos limites da Poligonal 2 (AIA 1 e AVE ROMÃO), disposta aos fundos da Rua Áureo Poli Monjardim, interseccionando-se da cota 50 para a cota 95² pela via Ladeira Modelo de Sá Cavalcanti, ladeada pela Escola Municipal José Áureo Monjardim e pela Rua Professora Maria Aciolina Pereira, vez que se trata de ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL;

2 – QUE DETERMINE A IMEDIATA RETIRADA DA ÁREA ACIMA de quaisquer equipamentos, máquinas, cercamento etc., vez que podem causar danos irreversíveis ao meio ambiente;

3 – QUE SE DIGNE A REVOGAR O DECRETO Nº 14.090 DE 11 DE NOVEMBRO de 2008 QUE “AJUSTOU” O ZONEAMENTO DA APA DO MACIÇO CENTRAL, vez que eivado de ilegalidade, sendo essa recomendação plenamente compatível com o art. 46 da Constituição Estadual (“A Administração Pública tem o dever de anular seus próprios atos quando contiverem vícios que os tornem ilegais, bem como a faculdade de revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados, neste caso, os direitos adquiridos, além de observado, em qualquer circunstância, o devido processo legal”);

4 - SEJA INFORMADO AO MINISTÉRIO PÚBLICO, no prazo de 15 dias úteis, quais providências foram tomadas a respeito da presente notificação recomendatória."


Para baixar a Notificação Recomendatória 006 - 09 e lê-la na íntegra clique aqui: