Histórico do bairro

O nome Fradinhos surgiu por volta de 1750. Na época três frades jesuítas (o francês Pierre de Bergue, o espanhol Alessandro e inglês Honeley) moravam num grotão, que hoje é conhecido como Sítio Todos os Santos. Durante o reinado de D. João I, dois frades foram repatriados pelo Marquês de Pombal, ficando apenas Honeley. Ainda nesta época, um garoto que morava nas redondezas ficou muito doente e seu pai fez uma promessa de que se ele melhorasse, o vestiria com um frade. O menino se recuperou e a promessa foi cumprida, passando, então, a vestir-se como um frade e sendo reconhecido como fradinho do grotão. Daí o nome do bairro até hoje. Existe outra versão para justificar o nome do bairro, que refere-se ao Pico Frei Leopardi (Pedra dos Dois Olhos) que, quando visto de um ponto a sudeste, se assemelha a um padre encapuzado. A área só começou a ser realmente ocupada na década de 70, quando os herdeiros da família Monjardim, Varejão e Dalma Almeida, este último proprietário da maior gleba, cerca de 100 mil m², começaram a lotear o local. Em 1973, a COHAB construiu algumas casas - uma Vila, o que contribuiu para movimentar a área. Fradinhos foi criado pela lei nº 1.689/66.

Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Vitória.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Conselho Comunitário acompanha intervenções urbanísticas

Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE VITÓRIA

Comentário: alguns trechos grifados do artigo abaixo vão mostrar para nossos internautas que a PMV fez MAIS DE 70 REUNIÕES com os moradores dos bairros vizinhos DESDE 2006. Portanto, desde esta época, o projeto estava sendo gerado pela PMV junto com os ALGUNS moradores escolhidos devido ao local onde moram. Sabem quantas fizeram com Fradinhos para falar do reassentamento? NENHUMA!!! Descobrimos por acaso, inclusive, que a prefeitura queria a obra que destruiria áreas de preservação ambiental em nosso bairro. No último destaque o autor do artigo chama isto de DEMOCRACIA. Eu pensei que DEMOCRACIA fosse a participação de todos e não de alguns grupos escolhidos apenas...

Jornalista tem mania de enquadrar as coisas. Quando recebi a pauta sobre o lançamento do Plano de Desenvolvimento Local na Poligonal 2 do Projeto Terra, de imediato defini a matéria: colheria dados sobre o evento com os técnicos e depois “rechearia” a matéria com depoimentos de lideranças comunitárias. Para isso, solicitei à equipe local do Projeto que me arrumasse dois a três membros do Conselho Comunitário da Comunidade para uma entrevista rápida no morro, onde poderíamos fazer algumas fotos no ambiente da intervenção. Marcaram, então, um encontro com os conselheiros no Centro de Referência da Juventude.

Paula Barreto
Inácia mora no Romão há 55 anos

Qual a minha surpresa ao chegar ao local da reunião: no lugar de dois conselheiros, haviam 18, sentados em roda, falantes, ansiosos pela chegada da reportagem. Logo vi que não seria uma pauta comum. Que bom! Os conselheiros foram eleitos entre os moradores do Romão, Forte São João e Cruzamento/comunidade do Alto de Jucutuquara para fiscalizar as obras e também informar a comunidade sobre todas as intervenções do Projeto Terra. É lá que serão investidos R$ 38,9 milhões em obras, serviços e ações socioambientais.

Alguns dos conselheiros moram na região há décadas e sua própria história se mescla com a dos bairros. É o caso de Inácia Lourdes Soneguetti, 68 anos, moradora do Romão há 55 anos. “Quando fui para lá, era uma chácara que pertencia ao coronel Romão, da família Aguiar. Não havia nem água, nem luz. Buscava água em uma nascente”, conta. Ela lembra da invasão ocorrida durante o governo de Francisco Lacerda de Aguiar, na segunda metade da década de 50. “Os moradores vieram, sem estrutura nenhuma”, diz. Duas décadas depois, a região recebeu uma grande quantidade de pessoas, muitas atraídas pelos empreendimentos econômicos que o Estado recebia.

Pergunto aos conselheiros quais são os maiores sonhos dos moradores. As obras, respondem, sem hesitar. “A expectiva é muito grande. Esse é o nosso maior sonho. O outro é o reassentamento. A situação das famílias em área de risco também é preocupante”, afirma a conselheira Rose Lopes, que participa também da Associação de Moradores do Forte São João. O plano de intervenções do Projeto Terra contempla a remoção de 198 famílias de áreas de risco e interesse ambiental para três áreas de reassentamento, onde serão construídas casas geminadas e unidades habitacionais. Quanto à infra-estrutura, estão previstas obras de esgotamento sanitário, sistema viário, drenagem pluvial e abastecimento de água.

Segundo o presidente do Centro Comunitário do Forte, Carlos de Souza Coco, outro sonho coletivo é o reflorestamento do Romão, formando um cinturão verde do Cruzamento ao Forte São João, chegando à Gruta da Onça. “E a geração de renda”, emenda. “Na elaboração do Plano de Trabalho e Geração de Renda, fizemos oficinas nas quais os moradores relacionaram as suas potencialidades. Depois a empresa de consultoria orientou-os quanto às ações que têm condição de serem desenvolvidas”, relata a supervisora interna da Poligonal 2, Edna das Neves e Silva, adiantando que o plano prevê capacitação em culinária e artesanato, além de incentivo ao associativismo. As ações de geração de emprego e renda serão desenvolvidas paralelamente à realização das intervenções urbanas, cuja licitação deve ocorrer no segundo semestre.

Se esses são os sonhos, então quais os maiores medos? “O medo de não acontecer (a intervenção)”, respondem, em coro. Para o presidente da Associação de Moradores do Cruzamento e Jucutuquara, Geziel Nascimento, o primeiro medo já foi vencido. A Poligonal 2 recebeu algumas obras de infra-estrutura na administração passada, mas essas foram suspensas em 2004.

Mas a comunidade vem se mobilizando, desde setembro do ano passado (ou seja, 2006), nas discussões sobre as novas intervenções. Foram mais de 70 reuniões, algumas com até 100 pessoas. É da boca de Alvina Duarte Santos de Oliveira que vem o motivo da participação dos moradores no Projeto Terra: “Na reunião, podemos discutir algo importante do bairro”, diz, com um jeito simples, D. Alvina, que mora no Romão há 30 anos.

Paula Barreto
Presiolino Raimundo é presidente do Romão

“Apesar de ainda ter o pé atrás, a comunidade está mais confiante”, afirma Geziel. “Se o Projeto Terra não tivesse credibilidade nem respeito junto aos moradores, não estaríamos aqui”, reforça o conselheiro Presiolino Raimundo Ramos, presidente do Movimento Comunitário do Romão. Segundo a socióloga Edna das Neves e Silva, do Projeto Terra, todo o processo de intervenção nas poligonais é permeado por um pacto feito entre moradores e poder público. “As intervenções implicam novos valores e hábitos na comunidade”, diz Edna. Na expectativa do início das obras, o conselheiro Francisco da Costa, do Romão, lembra que o pacto é muito importante na fase de urbanização. “Haverá muita intervenção no bairro. Durante as obras, a Prefeitura precisa respeitar a organização, os conselheiros”, defende Presiolino.

O papo estava muito bom, mas era preciso subir o moro. Onde vamos? Quem vai conosco? A essa hora, a fotógrafa Paula Barreto já tinha feito o registro fotográfico da reunião e aguardava a nossa decisão, num canto da sala. Proposta daqui, proposta de lá – tudo é muito democrático –, ensina Edna, e lá vamos nós para o morro. (Angèle Murad)

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